Historiador AD
Coube ao Brasil a honra de ter tido a realização do primeiro culto evangélico do Atlântico Sul, o que ocorreu em 10 de março de 1557, pelos primeiros cristãos evangélicos que aportaram no Novo Mundo. Nesta data, chegou ao Brasil a segunda expedição de colonos franceses, a fim de estabelecerem a França Antártica em terras brasileiras. O culto foi dirigido pelo pastor calvinista francês (huguenote) Pierre Richier, na Ilha de Villegaignon, na Baía de Guanabara (RJ), lugar onde está localizada a Escola Naval da Marinha do Brasil, o estabelecimento de ensino militar mais antigo do País.
O vice-almirante francês Nicolau Durand de Villegaignon, comandante da primeira expedição, escrevera a João Calvino, líder da Igreja Reformada em Genebra, solicitando membros daquela igreja para estabelecerem aqui uma obra cristã nos moldes daquela, para se encarregarem da evangelização dos naturais da colônia e da catequese em geral. Calvino enviou 14 huguenotes, entre os quais dois pastores – Du Pont de Corguilleray, líder do grupo; e Pierre Richier, pastor e doutor em teologia – e um estudante de teologia, que serviu como cronista.
No culto citado, eles cantaram o Salmo 5 (de melodia desconhecida hoje); em seguida, Richier fez a leitura bíblica (Salmo 27.3,4), tendo proferindo um inspirado sermão. Todas as noites havia reuniões, onde oravam e pregavam a Palavra de Deus. Aos domingos, havia duas reuniões. A primeira Santa Ceia em terras brasileiras foi celebrada num domingo, em 21 de março de 1557.[1]
PRIMEIRAS IGREJAS
Foi somente nos idos de 1810 que os cultos evangélicos passaram a ter caráter definitivo no Brasil, com a fundação da Igreja Anglicana no Rio de Janeiro.
A partir daí, outras denominações evangélicas foram organizadas, a saber:
▪ Igreja Metodista (1835);
▪ Igreja Luterana (1845);
▪ Igreja Congregacional (1855);
▪ Igreja Presbiteriana (1862);
▪ Igreja Batista (1882);
▪ Igreja Episcopal (1890);
▪ Igreja Adventista (1895);
▪ Congregação Cristã (1910);
▪ Assembleia de Deus (1911).
Doravante, outras denominações evangélicas foram organizadas no Brasil, mas nos deteremos apenas na fundação da Assembleia de Deus, pois com ela iniciou a obra pentecostal de maior vulto no Brasil, e que é considerada um dos maiores fenômenos da fé pentecostal no mundo. Essa obra, contudo, é fruto do avivamento pentecostal que eclodiu no início do Século XX.
O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO SÉCULO XX
O avivamento pentecostal do século XX começou na sede do Bethel Bible School, na cidade de Topeka, estado do Kansas (EUA), quando Deus batizou com o Espírito Santo os primeiros crentes no Século XX.[2]
Embora houvesse notáveis movimentos do Espírito Santo, nos quais falar em línguas, profecia e curas foram experimentados, nenhum desses reavivamentos desembocou para um “Movimento Pentecostal”, tal como resultou do derramamento do Espírito que tomou lugar na virada do século no Bethel Bible College, de Charles F. Parham. Quando os estudantes entenderam, a partir de seus estudos nas Escrituras, que a evidência bíblica do batismo no Espírito Santo é o falar em língua, e então buscaram essa experiência, o tempo tinha chegado para a inauguração do Movimento que viria a envolver todo o mundo.
Primeiro batismo. Em 1º de Janeiro de 1901, uma jovem estudante do Bethel, de nome Agnes N. Ozman, pediu que lhe fosse feita imposição de mãos pelos pastores e líderes, pois cria que iria receber o batismo no Espírito Santo, de acordo com o modelo indicado no livro de Atos dos Apóstolos. Estes responderam ao seu pedido e impuseram as mãos sobre ela; então, Deus honrou a fé daquela jovem e batizou-a com o Espírito Santo, de modo que ela falou em línguas estranhas e glorificou o nome do Senhor.
Esta, porém, não foi a primeira vez, desde os dias apostólicos, que o Espírito fora derramado, acompanhado por manifestações espirituais incluindo profecias e falar em línguas. Nos Estados Unidos, há notícia do mover do Espírito Santo nos idos de 1854 na Nova Inglaterra, sobre aqueles que eram conhecidos como The Gift People.[3]
[3] FRODSHAM, Stanley H. With Signs Following (Springfield, Gospel Publishing House, 1941), 253–262.
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