Historiador AD
Desligamento. A direção da Igreja Batista, ao tomar conhecimento do ocorrido, não aceitou o que estava acontecendo com os membros da mesma. Havia necessidade de uma tomada de posição. Como ponto de partida, houve convocação da igreja para uma reu nião extraordinária, realizada em 13 de junho de 1911.
Nessa ocasião, o irmão Raimundo Nobre apoderou-se do púlpito e atacou os partidários do Movimento Pentecostal, fazendo a proposição para ficarem de pé os que estivessem de acordo com a doutrina do Espírito Santo. Diante do desafio, a maioria se pôs de pé. Imediatamente Raimundo Nobre propôs à minoria que excluísse a maioria.[1]
Em seus diários, Gunnar Vingren e Daniel Berg contam que 18 irmãos se levantaram.[2] O historiador Emílio Conde cita que foram afastados 17 membros, acompanhados de seus filhos que eram menores de idade.
De qualquer modo, não havendo transigência, os mesmos foram afastados da Igreja Batista.
No entanto, na checagem de várias fontes, dão-se conta que foram, no mínimo, 20 irmãos os membros que resolveram seguir o caminho do Pentecostes, logo no início da igreja. Possivelmente, alguns dos constantes da relação abaixo não estivessem presentes àquela reunião e, somente após esse incidente, tenham se agregado ao grupo.
Os irmãos afastados foram: Alberta Mendes Garcia (esposa de Adriano P. Nobre); Antônio Mendes Garcia; Joaquim da Silva e Benvinda Saraiva da Silva (esposa); Henrique Albuquerque e Celina Albuquerque (esposa); Emilia Dias Rodrigues; Manoel Maria Rodrigues e Jezusa Dias Rodrigues (esposa); Joana Dias Dominguez; João Dias Dominguez e Raimunda Dominguez (esposa); José Batista de Car valho e Maria José Pinto de Carvalho (esposa); Josina Galvão Batista; Manoel Dias Rodrigues; Maria Joana Soares; Maria de Nazaré Cordeiro de Araújo; José Plácido da Costa e Maria Piedade da Costa (esposa).
Os filhos menores que os acompanharam, foram: Anna Victória da Silva e Izabel Leonísia da Silva (filhas de Benvinda); João Dominguez Filho (filho João Dias Dominguez); Prazeres da Costa (filha de Maria Piedade da Costa); Tereza Silva de Jesus (filha de Joaquim da Silva).[3]
Todos estes irmãos acompanharam Daniel Berg e Gunnar Vingren, para darem início à Assembleia de Deus, que primeiramente passou a se reunir na Rua Siqueira Mendes, 67, na casa do casal Celina e Henrique Albuquerque, no centro da cidade de Belém. Na verdade, segundo Emílio Conde, esse grupo é que convidou os missionários a comparecerem nesse endereço e legitimou sua liderança pastoral à frente da novel igreja.[4]
Primeiro homem batizado no Espírito Santo. O primeiro homem a receber o batismo com o Espírito Santo, segundo consta nos registros históricos da igreja, foi o irmão Manoel Francisco Dubu. Ele era paraibano, mas morou cerca de 17 anos no Pará, onde aceitou a Cristo numa Igreja Presbiteriana, nos idos de 1907. Quando a Igreja em Belém ainda estava no nascedouro, abraçou a fé pentecostal, recebendo a gloriosa promessa. Ele conviveu durante muitos anos com os pioneiros, deles aprendendo preciosas lições.
Depois de haver sido batizado nas águas, ele retornou à sua terra natal, em 17 de dezembro de 1914, sendo o primeiro crente e o primeiro evangelista na Paraíba, onde levou muitas pessoas ao conhecimento de Jesus. Manoel Francisco Dubu foi separado para o presbitério por Cícero Canuto de Lima (1935), tendo servido por muitos anos como presbítero na Assembleia de Deus em Campina Grande.
[1] História das Assembleias de Deus no Brasil, pg. 32.
[2] Diário do Pioneiro, pg. 41; Enviado por Deus, pg. 57.
[3] Informações fornecidas pelo pesquisador Samuel Nelson
[4] História das Assembleias de Deus no Brasil, pg. 32.
[5] Mensageiro da Paz, Ano 37, No. 20, Out/1967, pg. 1.
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